A exposição O Lugar do Escritor, na galeria Zoom, em Paraty, é uma visita interessante para descansar os ouvidos das discussões literárias e dar atenção a uma outra visão sobre escritores e palavras.
O fotógrafo Éder Chiodetto reuniu imagens de escritores brasileiros em seus locais de trabalho - a única que se recusou a posar onde costuma escrever foi a cearense Rachel de Queiroz. "No meu escritório ninguém entra, quanto mais um fotógrafo. Ali é o santuário da gente, não é lugar para as pessoas ficarem circulando. Além disso, é muito bagunçado", justificou-se.
As fotos são acompanhadas por trechos dos depoimentos que os autores deram a Chiodetto e que, junto com as fotos, compõem o livro, editado pela Cosac & Naif. Um dos depoimentos mais interessantes é o do escritor paulista José Paulo Paes.
Ele diz: A tradução é uma bendita torre de Babel. Leio e escrevo grego antigo, dinamarquês... Mas não as falo, não conheço as pronúncias. Na verdade, sou surdo mudo em oito línguas".
O pernambucano João Cabral de Melo Neto aparece quase em close, deixando entrever a camisa de seu pijama. "Estou cego, não escrevo mais. Para escrever preciso ver. Não leio, não consigo escrever também. Sou um ex-escritor", lamenta.
Um comentário:
Essa eu queria ver... Letícia
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