quinta-feira, 5 de julho de 2007

Mesas da sexta-feira - Completo

Textos da assessoria de imprensa da Flip:

Mesa 6 – 10h
A VIDA COMO ELA FOI
Fernando Morais, Paulo Cesar de Araújo e Ruy Castro
No final de 2006, o historiador Paulo Cesar de Araújo publicou Roberto Carlos em detalhes, biografia do cantor mais popular do Brasil nas últimas quatro décadas. Fruto de 15 anos de pesquisas e de mais de 200 entrevistas, o livro foi bem recebido pelo binônimo "público e crítica". Mas desagradou o biografado, que impediu na Justiça a circulação do livro. Nesta mesa, Araújo conversa com os dois principais biógrafos em atividade no país, que também já experimentaram o gosto dos tribunais por conta de seus livros.

Mesa 7 - 11h45
ÁLBUM DE FAMÍLIA
Ahdaf Soueif e Ana Maria Gonçalves
Suas histórias abarcam gerações. Seus personagens atravessam continentes e culturas. Da África Ocidental ao Brasil, do Norte da África à Inglaterra, homens e mulheres que nadam contra o fluxo incessante da história — e o testemunham. Ana Maria Gonçalves, autora de Um defeito de cor, a primeira saga brasileira narrada da perspectiva de uma escrava, conversa com Ahdaf Soueif, cujos romances — como O mapa do amor — traçam o impacto emocional de andar pela corda bamba que separa o Oriente do Ocidente.

Mesa 8 – 15h
TERRAS
Antônio Torres e Mia Couto
Nossa casa é a terra que deixamos para trás, o lugar ao qual jamais podemos retornar. Terra sonâmbula, o já clássico romance de estréia do autor moçambicano Mia Couto, lança um olhar melancólico sobre um país devastado pela guerra civil. Em sua obra mais aclamada, Essa terra, o romancista baiano Antônio Torres descreve as amarguras de um imigrante nordestino forçado a deixar sua casa em busca de uma vida melhor na chamada cidade grande. Dois narradores singulares fazem leituras de suas últimas obras e discutem como a literatura pode brotar de dentro do chão.

Mesa 9 – 17h
CRIME E CASTIGO
Dennis Lehane e Guillermo Arriaga
A aleatoriedade da violência nos centros urbanos é apenas um dos temas que unem as obras destes dois grandes romancistas e roteiristas. O mexicano Guillermo Arriaga, autor de Um doce aroma de morte, assin ou os roteiros de filmes premiados, como “Amores brutos” e “Babel”. Dennis Lehane, que escreveu uma série de romances policiais ambientados no sul de Boston, é o autor de Sobre meninos e lobos, adaptado para o cinema por Clint Eastwood. A morte — no papel e na tela — estará presente no cardápio de Parati.

Mesa 10 - 19h
PANTERAS NO PORÃO
Amós Oz e Nadine Gordimer
“Qualquer escritor que tenha um mínimo de valor espera propiciar um brilho tênue para iluminar o labirinto belo e sangrento da experiência humana”, diz a Prêmio Nobel Nadine Gordimer. Mas qual é o significado da literatura num país dividido pela história, embotado pela opressão ou dilacerado pela violência? Gordimer, autora de A filha de burger, e Amós Oz, o mais importante romancista e destacado militante pela paz em Israel, autor de De amor e trevas, falam sobre o papel da literatura no resgate de uma humanidade permeada pela injustiça.

A mesa é dos biógrafos

Outra discussão imperdível nesta sexta em Paraty começa às 10h, na Tenda dos Autores. A vida como ela foi vai reunir Ruy Castro, biógrafo de Nelson Rodrigues, Fernando Morais, que escreveu Olga e Chatô, e Paulo César Araújo, o novato do grupo.

Mas ele já chegou fazendo barulho. Seu Roberto Carlos em Detalhes chegou às prateleiras em 2006 e, este ano, levou o Rei às cortes. O cantor e compositor acabou conseguindo retirar o livro de circulação em todo o Brasil.

A obra nasceu depois de 15 anos de pesquisas e de mais de 200 entrevistas. O público comprou, a crítica aprovou... mas RC não, que foi cobrar à Justiça. Junto com Castro e Morais, Araújo vai falar sobre o gosto amargo que esse tipo de censura pode deixar num autor.

Mais frases

Não tô me amostrando não... Mas é que tem essa exposiçãozinha num dos espaços da Flip e eu adorei essa frase de Nelson:




E há outras tantas pérolas!

* As mulheres não sabem escolher bem seus maridos, só seus amantes.

* A pior solidão é a companhia de um paulista.

* Mulher não gosta de apanhar - só as normais.

* Quem ganha e perde as partidas é a alma.

* Deus só freqüenta as igrejas vazias.

* O jovem ou é um Rimbaud ou um débil mental.

* A razão é uma conquista espiritual que o sujeito leva 50 anos para ter.

Crime e castigo


Quem está na Flip e aprecia a relação entre cinema e literatura não pode perder a mesa 9, marcada para às 17h desta sexta. Os romancistas e roteiristas Dennis Lehane (foto) e Guillermo Arriaga são as estrelas da conversa, graças aos pontos em comum que suas obras têm.

Lehane é um dos autores norte-americanos mais férteis no campo do romance policial. Seu Mystic River rendeu o belíssimo Sobre Meninos e Lobos, nas mãos do diretor Clint Eastwood.

Já o mexicano Arriaga assina a quatro mãos, junto com o realizador Alejando Iñárritu, a identidade de filmes como Amores Brutos, 21 Gramas e Babel.

Na pauta da mesa da Flip, "a aleatoriedade da violência nos centros urbanos e a morte — no papel e na tela".

Uma frase de Nelson

O dramaturgo, uma vez questionado por uma repórter por que fazia sempre trabalhos cobertos de tragédia e desgraça, respondeu, singelamente:

"Minha filha, a vida não é um piquenique".

Precisa mais?

Expectativa em Paraty

Uma das atrações mais aguardadas na Festa Literária Internacional de Paraty é a leitura dramática de Um Beijo no Asfalto, uma das mais famosas peças de Nelson Rodrigues.

Quem vai dirigir a leitura é a premiada encenadora Bia Lessa - entre outros destaques na carreira, atuou em Nelson Rodrigues - O Eterno Retorno, de Antunes Filho, nos já longínquos anos 1980.

Nada mais apropriado, então, que ela assuma esta leitura dramática na Flip. Mas com uma diferença fundamental - ao invés de atores fazendo os personagens, diversos autores encarnarão os tipos criados por Nelson. Essa experiência também foi vivida pelo dramaturgo pernambucano, quando subiu ao palco como tio Raul, na hoje clássica Perdoa-me por me traíres.

A leitura está marcada para o sábado, às 22h - e vale registrar que conseguimos comprar os dois últimos ingressos!

João Donato, um auxílio mais que luxuoso

Não deu para quem quis. Os ingressos para o show da Orquestra Imperial, grande atração da festa de abertura da Flip, estavam esgotados há tempos. Mas isso não foi problema para quem foi à Tenda da Matriz e arredores, ontem à noite, para curtir a apresentação de uma das gratas surpresas que se consolidaram no cenário carioca, ano passado.

"Você só dança com ele e diz que é sem compromisso...". O clássico de Geraldo Pereira que Chico Buarque tornou popular foi a primeira música apresentada pela Orquestra, que disse logo a que veio: o negócio é dançar!

Entre sucessos próprios, como Não Fui Eu Não, e canções de outros autores - Thalma de Freitas cantando Me Deixa Em Paz, de Monsueto, é algo imperdível - o show embalou vários casais e também aquele pessoal que sempre prefere dançar soltinho.

Mantendo a tradição de dividir o palco com outros artistas, o convidado da Orquestra Imperial para o show na Flip foi o pianista João Donato que, do alto dos seus 72 anos, não teve problemas em se juntar à moçada e renovar canções como A Rã. Realmente uma noite inesquecível, sob a lua que enfeitava o céu de Paraty.

Aventura para todos

Esse é o nome do mini-ciclo de palestras que o Instituto Náutico Paraty promove, hoje e amanhã, na programação paralela da Flip. As conversas começam sempre às 18h, na sede do Instituto.

O primeiro convidado é Jorge Badia. Aos 70 anos, ele tem muita história pra contar e uma das mais interessantes é sobre a viagem que fez de São Paulo a Buenos Aires, a capital argentina - mas ele foi num barco de madeira, saindo do rio Tietê.

Na sexta-feira, a palestrante é a publicitária Sandra Chemin. Ela largou o mundo das agências e passou três anos vivendo com a família num barco, mas agora resolveu ancorar por um tempo em Paraty.

"Aventura não é uma coisa para ricos, todo mundo é capaz, é isso que queremos mostrar. Aventura é importante para a vida de qualquer pessoa, basta querer", diz Júnior Rameck, presidente do Instituto Náutico.

Júnior também preparou uma palestra, mas a realização dela no sábado, também às 18h, ainda não está confirmada. Ele velejou com Amyr Klink até a Antártica e deverá falar sobre a experiência nos mares gelados do Pólo Sul.

Perdão, perdão

Pessoal, nossas desculpas pelo lapso na atualização. A madrugada foi longa, editando a reportagem que vocês vão ver hoje no NETV 1ª Edição, por isso o blog teve que ficar em segundo plano.

Mas hoje o gás será total, podem aguardar. Pra começar, algumas imagenzinhas de ontem, de dia - é só clicar aqui. Virão outras em breve.