sexta-feira, 6 de julho de 2007

Contra a Justiça Togada

Uma das mesas mais concorridas da Flip - 840 pessoas ao vivo na Tenda dos Autores e mais 1.200 na Tenda da Matriz, assistindo pelo telão -, A Vida Como Ela Foi reuniu Fernando Moraes, Ruy Castro e Paulo César de Araújo - este último agora famoso pelo triste episódio do recolhimento de seu livro, Roberto Carlos em Detalhes, graças a uma ação judicial movida pelo biografado.

Além das características do trabalho biográfico e de outros aspectos do desenvolvimento de um livro, os três autores se colocaram contra a postura da Justiça brasileira no que se refere à produção de biografias e ao comportamento de algumas famílias de personagens públicas que mereceram a atenção e o trabalho dedicado de autores durante alguns anos de suas vidas.

"Se valer para os outros o que valeu para Roberto Carlos, vai se tornar impossível escrever sobre a história brasileira", definiu Paulo César de Araújo. "Roberto Carlos disse que só ele tem o direito de escrever sobre a própria vida. Mas se ele for escrever, vai acabar falando da vida das pessoas que se relacionaram com ele... Se for assim, só Robson Crusoé pode escrever biografias, e se pedir a autorização de Sexta-Feira", disse Ruy Castro, levando a platéia às gargalhadas.

Fernando Morais encerrou a questão: "A gente não pode baixar a cabeça. De uma hora pra outra, vai estar instalada a Justiça Togada Brasileira. Eu disse ao Paulo que ele deve ir até Haia se for preciso, mas não desistir nunca".

Um comentário:

Anônimo disse...

Ruy Castro deveria lançar um livro chamado Amestrando a Justiça Togada. Venderia horrores diante da jurisprudência criada pela proibição da venda do livro sobre a vida de Roberto Carlos.