quarta-feira, 4 de julho de 2007

Hoje é dia de festa

A programação da Flip propriamente dita só começa amanhã, com as primeiras mesas com os autores. Mas a cidade já está completamente mobilizada para o evento: muitas pessoas nas ruas, turmas escolares caminhando com seus professores entre as exposições, gente comprando ingresso, outros só passendo e curtindo o clima da Flip.

A abertura da Festa acontece às 21h, com a crítica teatral Barbara Heliodora prestando uma homenagem a Nelson Rodrigues. A Orquestra Imperial faz o show da noite, na Tenda da Matriz. Para quem não conseguiu ingressos, uma dica: já soubemos por aqui que dá pra curtir o som do lado de fora, e até melhor, com espaço pra dançar.

Confira a programação das mesas da Tenda dos Autores para esta quinta, dia 5 (os textos são da assessoria de imprensa da Flip):

Mesa 1 – 10h
FUTURO DO PRESENTE - Cecilia Giannetti, Fabrício Corsaletti e Veronica Stigger

Uma romancista do Rio de Janeiro, um poeta do interior de São Paulo, uma contista de Porto Alegre. Seja com a prosa seca e urbana de uma, com a poesia lírica com algum cheiro de terra do outro ou com narrativas alucinadas com aroma de lua da terceira, estes três jovens escritores realimentam a ficção brasileira ao apresentarem em uma bibliografia ainda curta o extremo vigor literário. Nesta conversa, eles apresentam o que ainda virá, e o que já está sendo, na literatura nacional.

Mesa 2 – 11h45
UIVOS - Chacal e Lobão

Os dois têm mais em comum do que os apelidos de feras caninas. Em campos diferentes, estes dois cariocas inconformados vêm fazendo há um par de décadas o mesmo processo. Extrair poesia do cotidiano mais banal e transformá-la em coisa falada. Lobão canta seus poemas, Chacal fala suas criaturas em eventos como o Centro de Experimentação Poética CEP 20000, encontro de poetas que criou há dezessete anos no Rio. Ambos letristas experientes, falarão na FLIP sobre a música que há na poesia e a poesia que vira música.

Mesa 3 – 15h
NELSON RODRIGUES - ATO 2 - Augusto Boal e Eduardo Tolentino
Durante a ditadura, quando Augusto Boal foi preso acusado de subversão, Nelson Rodrigues publicou um artigo defendendo fervorosamente o dramaturgo. “Sua vida é uma apaixonada meditação sobre o mistério teatral”, concluía. Nesta mesa, Boal, hoje o nome mais conhecido do teatro brasileiro fora do país, divide um pouco desses mistérios com Eduardo Tolentino, fundador do grupo Tapa e premiado diretor teatral que já se notabilizou como um apaixonado “meditador” dos mistérios dramatúrgicos de Nelson Rodrigues.

Mesa 4 – 17h
SOBRE MACACOS E PATOS - Jim Dodge e Will Self

Dois talentos literários excêntricos e irreverentes falam do processo criativo na literatura. Até que ponto pode ser ensinado? O autor cult Jim Dodge, diretor do Programa de Escrita Criativa da Humboldt State University, na Califórnia, tem o dever de responder que sim. No entanto, os exercícios de sala de aula dificilmente produziriam outra pata obesa e incapaz de voar, como a protagonista de sua inesquecível novela Fup. Uma oficina literária tampouco ensinaria a criar as aberrações, mutantes e visionários grotescos que povoam a ficção de Will Self. Qual, diabos, é a melhor forma de alimentar a criatividade dos escritores?

Mesa 5 - 19h
TÃO LONGE, TÃO PERTO - Kiran Desai e José Eduardo Agualusa

“De onde você vem?” Nem todos podem responder essa pergunta aparentemente simples com facilidade. Dois escritores brilhantes, autores de obras premiadas, questionam até que ponto a identidade é determinada pelo lugar de origem e discutem de que maneira a vida itinerante moldou a ficção que produzem. O segundo romance de Kiran Desai, O legado da perda, uma reflexão delicada sobre a solidão do deslocamento, ganhou o principal prêmio inglês, o Man Booker Prize de 2006. Os personagens dos livros de Agualusa estão em constante deslocamento, por isso sua escrita tem brasileirismos e gírias angolanas. Seu romance O Vendedor de Passados, de 2004, lhe rendeu em maio deste ano o importante prêmio Independent Foreign Fiction Prize.

4 comentários:

Anônimo disse...

Eu queria Agualusa para mim e tão somente para mim e mais ninguém... :S Eu casava, dava comida, lavava as roupas e ainda promovia saraus para divulgar as obras do gajo!

Anônimo disse...

A melhor forma de alimentar a criatividade dos autores é deixá-los aompanhar e viver a vida real. Mais cheia de absurdos e contrasensos e paradoxos que muitas obras do realismo fantástico.

Anônimo disse...

Boal e Nélson, tudo a ver: mais teatro e menos oprimidos...

Anônimo disse...

Deveriam colocar Barbara Heliodora num debate com Gerald Thomas, que não nutre afeição alguma pela senhorinha crítica teatral. O mote podia ser Nélson, mas certamente resvalaria para algum dos desvarios do ex-marido de Fernanda Torres. Ele até já se comparou ao dramaturgo e jornalista pernambucano quando teve sua adaptação de Tristão e Isolda vaiada no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, há uns quatro anos. Citou Vestido de Noiva, mostrou a bunda para a platéia e chegou a ser processado por 'ato obsceno'. Mais A vida como ela é, impossível!

citou o clássico Vestido de Noiva como defesa por termno o dramaturgo pernambucna